sexta-feira, 18 de abril de 2008

JOSÉ VAZ ASSUME CANDIDATURA

Ex presidente da Câmara garante que irá apresentar-se às autárquicas em 2009 com uma equipa de elevado rigor técnico e grande espírito de missão.
Objectivo é a criação de uma terceira via
“A minha candidatura à Câmara não é contra ninguém”
O conhecido advogado de Canas de Senhorim e ex presidente da Câmara, José Vaz, confirmou em primeira mão ao nosso jornal que irá candidato à Câmara Municipal, nas eleições autárquicas de 2009. Mantendo no entanto o silêncio se será uma candidatura independente ou no seio de um partido político, não adianta quaisquer nomes de apoiantes, criando assim desde já um “tabu”.

Depois das inúmeras movimentações políticas ocorridas nos “bastidores”, que antecederam o último acto eleitoral interno do P.S., surge agora o advogado José Vaz a avançar com a sua candidatura. Assumindo um caminho diferente em relação ao que tem vindo a ser seguido pela coligação no poder, José Vaz adianta que “a minha candidatura não é contra ninguém mas apenas pelo progresso do concelho, numa perspectiva diferente da que tem vindo a ser seguida”. Se por um lado dá a entender uma abertura a uma candidatura pelo PS, por outro lado não exclui outras hipóteses, ao referir que “se não voltar a repetir-se a minha candidatura pelo Partido Socialista, vou apresentar-me ao eleitorado com uma equipa de elevado rigor técnico e grande espírito de missão para resolver os problemas do concelho, dado que a maioria dos eleitores não se revê nem no actual executivo, nem na oposição, tornando-se assim necessário criar uma terceira via convergente que venha restaurar uma nova esperança aos habitantes do concelho”. Lembramos que tendo sido o mais jovem presidente da Câmara de Nelas, quando tinha apenas 30 anos, esteve no executivo entre 1982 e 1985 (com maioria absoluta), e deixou algumas marcas no concelho, como a criação da comarca de Nelas, um vasto plano de investimento na rede de abastecimento de água ao domicílio em Canas de Senhorim e diversas obras ao nível do saneamento básico e rede viária. No contexto actual, assegura estar “determinado a retomar o programa de desenvolvimento harmonioso” que então implementou em todas as freguesias do concelho, dando particular ênfase à sua freguesia, Canas de Senhorim, que lembra “esteve votada ao mais completo abandono nos últimos 20 anos, e deseja voltar a ter um presidente que aí resida e que conheça os seus anseios, para que assim sejam retomadas as grandes obras”. Nos últimos meses, o seu nome foi equacionado como uma hipótese para encabeçar a lista do P.S. às autárquicas de 2009, caso a ala do ex presidente da Câmara, José Correia, tivesse saído vencedora nas eleições para a comissão política concelhia do partido. Terão existido mesmo conversações nesse sentido, entre ambos, e segundo uma fonte ligada ao PS, o próprio José Correia terá avançado, a alguns militantes, com o nome de José Vaz, embora não fosse líquido que tal viesse a acontecer, dado que o próprio também não enjeitaria uma recandidatura. Gorada a hipótese de José Vaz se candidatar pelo PS afecto a José Correia, circulava já no meio político local que estaria a preparar uma lista de independentes. Auscultámos a posição da actual comissão política do PS sobre este assunto, no sentido de avaliarmos se poderia haver alguma inversão na estratégia que ao que tudo aponta irá conduzir à indicação de Adelino Amaral como candidato do partido. Sem nos adiantar qual será em definitivo o candidato, A. Amaral reiterou contudo que “o nosso candidato será, em princípio, encontrado no seio da actual comissão política concelhia e será apresentado na data que julgarmos mais oportuna”, manifestando assim que o trabalho desenvolvido nestes últimos dois anos, por todo o seu “núcleo duro” de apoiantes, irá naturalmente confluir na indicação de um candidato encontrado no seu seio. Parece assim incontornável este rumo estratégico do partido, ainda para mais quando o próprio A. Amaral nos confessa que “teria muitas dificuldades, mesmo que o desejasse, em fazer aprovar o nome de um independente”. Parecendo assim afastada a hipótese de uma candidatura pelo PS, restam os pequenos partidos ou uma candidatura independente, neste caso sendo necessários cerca de 600 proponentes. Aguardaremos assim pelo desfecho deste enigma, que promete ser mais um “condimento” para a agitada e muitas vezes imprevisível vida política concelhia dos últimos anos.

Sem comentários: